segunda-feira, 1 de julho de 2013

Tratamento não Farmacológico para Hipertensão Arterial

O exercício físico é uma atividade realizada com repetições sistemáticas de movimentos orientados, com consequente aumento no consumo de oxigênio devido à solicitação muscular gerando, portanto trabalho. O exercício físico provoca uma série de respostas fisiológicas no sistema cardiovascular. Com o objetivo de manter a homeostasia celular em face do aumento das demandas metabólicas, alguns mecanismos são acionados. Esses mecanismos funcionam como arcos reflexos constituídos de receptores, vias aferentes, centros integradores, vias eferentes e efetores; muitas etapas desse mecanismo ainda não foram completamente elucidadas (1).
Hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma condição clínica multifatorial caracterizada por níveis elevados e sustentados de pressão arterial (PA). Associa-se frequentemente alterações funcionais e/ou estruturais dos órgãos-alvo (coração, encéfalo, rins e vasos sanguíneos) e alterações metabólicas, com consequente aumento do risco de eventos cardiovasculares e não fatais (2).
Sendo assim entende-se que hipertensão arterial (HA) é a pressão exercida pelo sangue em movimento na parede das artérias, com muita força ficando acima dos valores normais.
E quais são esses valores normais?
A HA atualmente é definida de acordo com valores pressóricos, nas quais níveis iguais ou superiores a 140/90 mmHg, identificados em duas ou mais verificações da pressão arterial, diagnosticam a doença. (OLIVEIRA, 2011).
Abaixo a classificação da pressão arterial de acordo com a medida casual no consultório (>18 anos)

Classificação
Pressão Sistólica
(mmHg)
Pressão Diastólica
(mmHg)
Ótima
< 120
< 80
Normal
< 130
< 85
Limítrofe
130-139
85-89
Hipertensão Estágio 1
140-159
90-99
Hipertensão Estágio 2
160-179
100-109
Hipertensão Estágio 3
≥ 180
≥ 110
Hipertensão Sistólica Isolada
≥ 140
<90
Fonte: VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão 2010

         A hipertensão arterial primária não tem cura, mas o tratamento previne as complicações. Antes de prescrever a administração de medicamentos, é recomendável adotar medidas que estimulem hábitos de vida saudáveis. (MIO JR, 2002).
A mudança do estilo de vida é uma atitude que deve ser estimulada em todos os pacientes hipertensos, durante toda a vida, independente dos níveis de pressão arterial.
Dentre medidas que estimulem o hábito de vida saudável a atividade física é um tratamento não farmacológico para diminuir a pressão arterial de indivíduos hipertensos.
Que tipo de exercício deve realizar? O exercício aeróbio comprovadamente reduz a pressão arterial, sendo considerado o mais adequado para o hipertenso. Também é recomendado exercícios aeróbios complementados por exercícios localizados realizados de forma dinâmica e de baixa intensidade e grande número de repetições. Dessa forma se obteria uma melhor integridade do sistema músculo-esquelético e um aumento da força muscular que levaria a uma diminuição da sobrecarga diária do coração, por reduação da FC e da PA durante os esforços da vida cotidiana.
Então, indivíduos hipertenso submetidos a exercícios físicos tendem a reduzir a concentração circulante de catecolaminas, o que, somado à diminuição o tônus simpático, provoca diminuição do débito cardíaco e na resistência vascular periférica, resultando em menor pressão arterial em repouso.
A pressão arterial é influenciada por alguns fatores que são esses: idade, gênero, excesso de peso e obesidade, ingestão de álcool, sedentarismo, fatores socioeconômico, ingestão de sódio, genética.
Para finalizar ressalto que o exercício físico é um tratamento não farmacológico e para trazer benefícios a indivíduos hipertensos o profissional deve ficar atento ao tipo, intensidade, frequência, e duração do treinamento físico.

Abraços.

1. Monteiro MF, Filho DCS. Exercício físico e o controle da pressão arterial. Rev Bras Med
Esporte. 2004;10(6):513-6.

2. Sociedade Brasileira de Cardiologia. VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão.
3.MIO JR, D. Hipertensão Arterial. Sociedade Brasileira de Cardiologia e Sociedade Brasileira de Nefrologia. 2002.

4.OLIVEIRA, A. Tratamento não medicamentoso da hipertensão arterial. Revista Bioquímica da Hipertensão. São Paulo – SP, 2011. Disponível em <http://bioquimicadahipertensao2011.blogspot.com>. 

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