quarta-feira, 10 de julho de 2013

Exercício Físico e Obesidade

McArdle (2003) relata que a obesidade está relacionada a uma série de co-morbidades, denominada síndrome dos obesos: intolerância a glicose, resistência à insulina, dislipidemia, diabetes tipo 2, hipertensão, concentrações plasmáticas elevadas de leptina, tecido adiposo visceral aumentado, maior risco de doenças cardiovasculares e câncer. Fatores genéticos, como hereditariedade, poderiam aumentar o ganho de peso em indivíduos obesos.

De acordo com a Revista Brasileira de Medicina do Esporte (2004), a obesidade é uma doença universal, crescente mundialmente e que assume caráter epidemiológico como problema de saúde pública. Essa doença é caracterizada pela alta ingestão energética provida da alimentação. Porém novos estudos sugerem que grande parte da obesidade é devido ao baixo gasto energético o que pode ser ainda mais agravada com o consumo de comida exagerado. Diante disso a inatividade física é o principal fator etiológico do crescimento dessa doença.
Como tratamento dessa doença sugere-se que o consumo energético seja inferior ao gasto energético, isto é, um indivíduo deve gastar mais energia (caloria) do que consome exercitando-se por exemplo.
Então, a atividade física atua na perda e manutenção de peso em razão de diversos mecanismos. Períodos de restrição calórica associados à inatividade física reduzem a taxa metabólica de repouso (em razão de reduzir a massa muscular e a ação do sistema nervoso simpático) e o efeito térmico da comida. Assim, a atividade física é essencial para manter a perda de peso durante a dieta porque alterações fisiológicas advindas do exercício físico conduzem ao aumento do gasto diário de energia, aumento da taxa metabólica de repouso, aumento da massa muscular, aumento do efeito térmico de uma refeição, elevação do consumo de oxigênio, redução do apetite e otimização no controle dos fluxos do substrato de energia. Além de estimular a degradação de triglicérides, o exercício físico também reduz a sua formação, levando à diminuição da quantidade de células adiposas.
Segundo Powers e Howley (2000), a atividade física constitui a parte mais variável do lado do gasto energético, representando de 5% a 40% do gasto calórico total diário. A combinação de exercício físico com restrição calórica representa um meio flexível e efetivo de conseguir uma redução ponderal. O exercício melhora a mobilização e o catabolismo de gorduras, acelerando a perda de gordura corporal.
McArdle (2003) considera que homens jovens com percentual de gordura acima de 20% e mulheres jovens com percentual acima de 30% são considerados obesos. Porém, a configuração e a distribuição de tecido adiposo no organismo, altera o risco para a saúde. O maior risco é para a gordura encontrada na região abdominal, particularmente em depósitos viscerais internos, pois estimula o risco para doenças cardíacas, e câncer colorretal. A relação cintura-quadril pode representar um risco aumentando para a prevalência de doenças cardiovasculares.
Principais benefícios da atividade física no tratamento da obesidade:
Melhora a condição física, contribuindo para melhorar os níveis de saúde. A prática da atividade física regular pode reduzir os índices de morbidade auxiliando no controle de outras patologias associadas como diabetes e hipertensão.
Melhora o estado psicológico, elevando a autoestima e a autoconfiança. Promove o aumento da taxa metabólica de repouso.
Como pode ser visto, são inegáveis os benefícios que a prática de atividade física promove para a melhoria da saúde e do controle de peso bem como benefícios psicológicos e de bem estar. Sabendo disso escolha uma modalidade de atividade física que mais lhe agrade, evite ser competitivo, melhore seu desempenho sem se comparar com outra pessoa e lembre-se que atividade física deve continuar por toda vida.
Abraços.

MCARDLE, W, D; KATCH, F, I; KATCH, V, L. Fisiologia do Exercício : Energia, Nutrição e Desempenho Humano. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003.

POWERS, S, K ; HOWLEY, E, T. Fisiologia do Exercício: Teoria e Aplicação ao Condicionamento Físico e ao Desempenho. 3. ed. São Paulo: Manole, 2000.

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