
Segundo COELHO (1992), durante o
exercício físico, a entrada de glicose nos músculos esqueléticos aumenta,
diminuindo assim a glicemia em organismo diabéticos, fato este que favorece uma
melhora no seu estado.
ANDERSEN (1981) diz que, durante o trabalho muscular, o
consumo de glicose aumenta muito. Os dois hormônios pancreáticos (insulina e
glucagon) intervém na regulação do fornecimento de energia aos músculos que
estão trabalhando. A insulina acelera a entrada da glicose no interior das
células e assim produz uma diminuição do nível de glicose na corrente sanguínea.
No entanto o glucagon acelera o desdobramento do glicogênio do fígado em
glicose, e consequentemente aumenta a glicose sanguínea. Durante o trabalho
muscular, o nível de insulina diminui, mas aumenta o de glucagon.
Tipos de Diabetes Mellitus
Segundo
Forbes e Jackson (1998), podemos classificar o diabetes mellitus em 4 níveis:
a) A
Tolerância prejudicada à glicose sem diabetes (TPG) é muitas vezes classificada
como diabetes químico, fronteiriço (borderline) ou latente. Ela é manifestada
com a observação de uma concentração de glicose plasmática venosa em jejum
abaixo de 140 mg/dl e uma amostra após duas horas, de um teste de tolerância à
glicose, com concentrações entre 140 mg/dl e 200 mg/dl. Anualmente, cerca de
2-4% destes pacientes desenvolvem diabetes.
b) O
diabetes mellitus (primário), que se classifica em dois termos Diabetes
mellitus insulino-dependente (DMID ou tipo 1) e Diabetes mellitus não
insulino-dependente (DMNID ou tipo 2), que serão explicados com maior clareza
adiante.
c) Diabetes
mellitus relacionado com a má nutrição (DMRMN), onde a Organização Mundial de
Saúde reconheceu o DMRMN com dois subtipos – diabetes pancreático fibrocálcico
(DPFC) e diabetes pancreático deficiente em proteína (DPDP). O DMRMN tem uma
alta prevalência em países tropicais em desenvolvimento, onde se manifesta com
sintomas graves, porém sem cetose em pessoas jovens. Calcificação pancreática é
comum no tipo diabetes pancreático fibrocálcico.
d) Diabetes
mellitus secundário, que pode estar relacionado a outras doenças endócrinas,
hereditárias, pancreáticas e terapia medicamentosa.

Ao elaborar um programa de exercícios físicos para portadores
de diabetes mellitus é necessário saber que tal programa deve ser
individualizado e requer alguns cuidados especiais como monitoração da glicose
sanguínea antes, durante e após o exercício, para evitar riscos de hipoglicemia
e hiperglicemia, evitar o exercício se as concentrações de glicose em jejum
estiver acima de 250mg/dl, o que caracteriza a hiperglicemia, ingerir
carboidrato adicional se a concentração de glicose for menor que 100mg/dl, além
de consumir carboidrato de fácil absorção durante e depois da atividade,
evitando assim o risco de hipoglicemia. Além disso, deve-se evitar exercitar os
músculos que receberam a aplicação da insulina por aproximadamente uma hora,
também não deve ser realizado o exercício no pico de ação da insulina (ACSM,
1998).
Os portadores de diabetes mellitus
devem ser orientados a executar os levantamentos de peso devagar, para que
possam controlar totalmente o movimento até a extensão, evitando com isso a
manobra de Valsava realizada quando o indivíduo prende a respiração para obter
maior estabilidade no movimento, ficando susceptível a problemas
cardiovasculares. Evitar também movimentos bruscos de cabeça e pescoço em
indivíduos com retinopatias não tratadas ou recém-tratadas (Neto, 2000).
Conclui-se que a prática regular de exercícios físicos é um santo remédio: aumenta a
sensibilidade à insulina, melhora a absorção de glicose e ainda previne
complicações, devendo fornecer à pessoa diabética a oportunidade de levar uma
vida dentro dos padrões da normalidade.
Procure
sempre um profissional, abraços.
American
College of Sport Medicine. Guide-line
for Exercise Testing and Prescription. 6ª ed. Baltimore: Lippincott
Willians e Wilkins, 1998.
ANDERSEN, K.
L. Exercícios e Hormônio. In Enciclopédia
Salvat da Saúde, vol.2, Exercício Físico e Saúde (p 48-51). Rio de Janeiro:
Salvat Editora do Brasil Ltda, 1981.
COELHO, L. F.
Efeitos da atividade física sobre a
indução do diabetes experimental. Monografia de graduação. Universidade
Estadual Paulista UNESP, Rio Claro, São Paulo, 1992.
Forbes, D.C.;
Jackson, F.W. Atlas colorido e texto de clínica médica. 2ª ed. São Paulo:
Manole, 1998.
HALPERN, A
Como diagnosticar e tratar diabetes mellitus. Revista Brasileira de Medicina, v.41n.6, p217-225, 1984.
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