domingo, 19 de janeiro de 2014

HIIT - Treinos de Alta Intensidade e Curta Duração

        Normalmente quando pensamos em gastar calorias, imaginamos logo ficar um longo tempo na esteira ou bicicleta, com a ideia de que quanto mais tempo durar o exercício, maior será o gasto calórico.
        O importante no treinamento não é apenas a resistência, mas sobretudo a construção de massa muscular. O treino intervalado de alta intensidade, também chamado de HIIT (High Intensity Interval Training) garante, tal como o nome indica uma atividade física muito intensa. Pesquisas mostram que um treino intervalado de alta intensidade é um método para perder gordura e construir massa muscular, mesmo com frequência cardíaca elevada.
        O HIIT, nada mais é do que estímulos em intensidade forte a muito forte com recuperação curta, gerando um déficit na demanda de oxigênio para o nosso sistema aeróbio. Esse déficit de oxigênio durante o HIIT, resulta em um metabolismo acelerado que dura horas mesmo após o término da atividade, que é chamado de EPOC, sigla para “excess post exercise oxygen consumption” em inglês, ou na tradução livre o consumo excessivo de oxigênio após o exercício. O HIIT pode ser feito em qualquer atividade, seja na esteira correndo, na bike, no elíptico ou até mesmo com movimentos de saltos por exemplo.
        Devido ao elevado esforço, o organismo, vai necessitar gastar mais energia na recuperação muscular.
        Ao contrário do cardio normal (exercícios aeróbios) os intervalos nos treinos HIIT são mais curtos, porém, pode ser comprovado que a queima de gordura e o aumento da resistência é melhorado. A duração dos blocos de exercícios é cerca de 1-2 minutos para principiantes e pode ir até vários minutos para os mais avançados.
        Se você nunca ouviu falar sobre um treino intervalado de alta intensidade, irei comentar 10 benefícios, ou adaptações fisiológicas que seu corpo sofre quando você faz esse tipo de treinamento.

1.  FACILITA A QUEIMA DE GORDURA ABDOMINAL
2.  AUMENTO DA CAPACIDADE DE OXIDAÇÃO DE GORDURA
3.  CORAÇÃO MAIS SAUDÁVEL
4.  MELHORA O VO2MÁX
5.  PRODUZ O EFEITO AFTERBURN
6.  MELHORA A SENSIBILIDADE A INSULINA
7.  AUMENTA A PRODUÇÃO DE MITOCÔNDRIAS
8.  PROMOVE UM ESTÍMULO HORMONAL FAVORÁVEL
9.QUEIMA MAIS GORDURA COMPARADO AO TREINAMENTO DE RESISTÊNCIA
10.   PERCA PESO, NÃO MÚSCULOS

        Não existe uma fórmula que se aplique a qualquer pessoa, todos os tipos de treinamentos físicos têm um objetivo, um foco, e você de optar por qual se encaixa mais seus objetivos.

        Abraços!


Referências:
Fernandez, Ana Claúdia, et.al. Influência do treinamento aeróbio e anaeróbio na massa de gordura corporal de adolescentes obesos. Rev Bras Med Esporte _ Vol. 10, Nº 3 – Mai/Jun, 2004;
Paoli, A., et al. High-Intensity Interval Resistance Training Influences Resting Energy Expenditure and Respiratory Ratio in Non-Dieting Individuals. Journal of Translational Medicine. 2012. 10(1), 237;
Tremblay, A., Simoneau, J., et al. Impact of Exercise Intensity on Body Fatness and Skeletal Muscle Metabolism. Metabolism. 1994. 43(7), 814-818.


sábado, 11 de janeiro de 2014

Vantagens e desvantagens de cada horário para malhar

Cada momento do dia requer um cuidado específico. Saiba como identificar qual combina mais com você.
Em qualquer horário durante a atividade física o corpo libera endorfina, neuro - hormônio produzido pelo próprio organismo na glândula hipófise que traz sensação de bem - estar e tranquilidade. Isso ajuda a combater a rotina de estresse diária.
Muitas pessoas não abrem a mão de um treino na academia depois do trabalho, algumas pessoas acreditam que treinar logo pela manhã pode deixar seu dia mais prazeroso.  Será que há diferença entre treinar de manhã, à tarde ou à noite?
Isso depende de como seu organismo funciona, mas cada horário traz vantagens e desvantagens com as quais é preciso saber lidar para obter melhores resultados nos treinos e também não prejudicar sua saúde.
Há quem goste de levantar cedo e dar aquela corrida na praia, outras preferem o período da tarde, quando a academia está mais vazia e tem gente que prefere se exercitar depois do pôr do sol. Mas que pouca gente sabe é que alguns fatores como sono, alimentação, estresse diário e o próprio fator biológico interfere no rendimento da atividade física.
Reunirei aqui os prós e contras de cada horário para te ajudar a encontrar o período do dia que melhor se encaixa no seu perfil.

Manhã
Prós:
-        Por acelerar o organismo logo de dia, a disposição para enfrentar as tarefas diárias é maior;
-        A temperatura ambiente é amena e agradável;
-        Corpo e a mente estão mais relaxados.
Contras:
-        O corpo não está nutrido e hidratado o suficiente;
-        Caso a pessoa não tenha uma boa noite de sono ou se tiver dormido tarde o ritmo da atividade tem que ser leve.  
Tarde
Prós:
-        A temperatura corporal é mais alta, o que melhora o crescimento dos músculos;
-        Elimina as tensões da manhã;
-        Pessoas que treinam no final da tarde têm mais força para realizar os exercícios.
Contras:
-        Temperaturas altas e sol forte;
-        A umidade do ar é baixa;
-        Jamais corra após o almoço para não ter indigestão;
Noite
Prós:
-        A temperatura é mais agradável e amena;
-        Descarrega o estresse do dia;
-        Caso seja uma pessoa agitada, o exercício pode proporcionar uma boa noite de sono.
Contras:
-        O ar tem uma grande quantidade de gás carbônico;
-        Corra três horas antes de ir para a cama. O exercício libera adrenalina, hormônio da euforia. Mesmo assim, há pessoas que consiga sair da academia tomar banho e dormir tranquilo. Mas se você prefere não correr o risco de ficar acordado até o meio da madrugada, melhor reservar de duas a três horas para o corpo desacelerar.

              Independendo do horário em que você praticar suas atividades, é necessária uma alimentação controlada e balanceada, tendo como ideal uma hora em média antes do treino. Mas se você for treinar logo pela manhã evite alimentos pesados.
    

                 Logos após o treino para que o organismo se recupere alimentos baseados em proteínas e carboidratos são fundamentais, a proteína ajuda na recuperação muscular e os carboidratos como fonte de energia e é fundamental se manter hidratado independente do horário em que você treinar.


                 Faça seu comentário, quem sabe sua experiência pode ajudar os próximos leitores.

                 Abraços!

sábado, 4 de janeiro de 2014

Bulking x Cutting

Fazer bulking para ganhar massa muscular e cutting para reduzir gordura é o núcleo de qualquer programa de musculação. Todo fisiculturista está em fase de bulking ou cutting ou até mesmo já se deparou com alguém na academia falando isso. Conheça um pouco mais sobre cada termo.
Bulking é o quando o objetivo primário é construir músculos, ganhar peso, aumentar a força ou todas as anteriores. Aqui o ganho de gordura corpórea e inevitável, mas deve ser mantido o menor possível em torno de 10% a 18%. A dieta é hipercalórica, os aeróbios são moderados e devemos ter em mente que os treinos são o mais simples possível e, claro, pouco volumoso. É primordial que nessa fase se insiram alimentos que você gosta para não sofrer demais com a falta dele na fase de redução do percentual de gordura.
Existem dois tipos de bulking: o limpo e o sujo. O bulking limpo é aquele que visa o ganho apenas de massa magra e para isso existem dois caminhos: com o uso de esteroides anabólicos ou sem, utilizando apenas suplementos de whey protein, BCAA, hipercalóricos, dextrose e carboidratos, tornando a dieta hipercalórica limpa. Por ser uma forma de ganhar peso que leva um tempo maior, muitas vezes atletas preferem recorrer ao bulking sujo.
No bulking sujo o atleta visa o ganho rápido de peso. A dieta é menos regrada e se come muito mais calorias do que o necessário. Não se importam se estão ganhando músculos ou gordura, apenas se preocupam em ganhar peso. Porém você irá pagar um preço alto por sua pressa: seus níveis de gordura vão aumentar, e sua definição vai para o ralo. Do que adianta ficar maior, porém sem qualidade nenhuma? Já que adotamos a musculação como estilo de vida, vamos fazer as coisas certas!
Lembro que o objetivo do bulking é aumentar os níveis de massa muscular, ganhando o mínimo de gordura possível. Lógico que você deve aceitar que perderá um pouco de definição muscular, porém é diferente de chutar o balde e fazer as coisas de qualquer jeito.
Cutting é um período quando o objetivo primário é perder gordura, peso, ganhar peso magro, ou todas as anteriores. As calorias são diminuídas e ou o gasto calórico é aumentado. A dieta é hipocalórica, os aeróbios ficam um pouco mais presentes e o treino pode aumentar um pouco de volume.
Não adianta entrar em uma dieta de cutting quando se possui pouca massa muscular, apenas para eliminar aquela gordura localizada. Isso fará com que seu metabolismo fique ainda mais lento e acabe consumindo massa muscular magra.
Para aqueles que estão acima do peso, é recomendado que de faça um período de cutting objetivando a perda do acúmulo de gordura antes de dar início ao bulking. Lá pra frente conseguirão perder o resto das gorduras e manter a massa muscular que ganharem. Já para os que estão abaixo do peso, o bulking pode ser iniciado. Caso seja obervado um acúmulo de gordura, não se deve interromper tentando perder a gordura. É necessário manter o foco nos ganhos para depois se preocupar com a queima do excesso.
Se seu objetivo é construir músculos, faça isso de maneira otimizada enquanto simultaneamente mantenha p ganho de gordura mínimo. Se seu objetivo é perder gordura faça o cut de maneira que você perca gordura mantendo toda sua musculatura.
Para tanto, jamais desconsidere o apoio de profissionais devidamente qualificados.

Bons Treinos!

terça-feira, 23 de julho de 2013

Efeitos Colaterais dos EAA

Quando se fala em doping no desporto em geral, e na musculação em particular, os esteroides anabolizantes são os mais referidos. No entanto, são poucos os que conhecem verdadeiramente estas drogas, os efeitos positivos e negativos. Assim irei apresentar alguns aspectos sobre os esteroides anabolizantes, lembro que o meu intuito não é discutir o uso “correto” até porque é complicado falar sobre esse assunto. Por mais que se faça acompanhamento médico e “doses diárias seguras”, não há como saber quem desenvolverá efeito colateral e quem não vai.
Os esteroides anabolizantes androgênicos (EAA) são geralmente utilizados por atletas e vêm, crescentemente, sendo encontrados junto de jovens e adultos, em razão de seu uso indiscriminado, pelo fato de prometerem ganhos rápidos e sem muito esforço, além de propiciarem níveis de recuperação muito mais altos do que o normal. Porém, esses indivíduos esquecem os efeitos colaterais e as alterações fisiológicas que, em muitos casos, são deletérios1.
A utilização e o consumo dos EAA, em grande parte, obtiveram proeminência no início da década de 1950 com finalidades médicas, e o seu desenvolvimento sintético permitiu a alteração da composição química natural desses hormônios para reduzir as propriedades androgênicas e aumentar seus efeitos anabólicos na musculatura2.
Os esteroides anabolizantes, de uma forma simples, são uma droga composta por material sintético idêntico à testosterona (hormona natural produzida nos testículos e em menores quantidades nas glândulas supra-renais). A hormona testosterona tem dois efeitos naturais no organismo. Em primeiro, é ela que promove o aparecimento e desenvolvimento das características sexuais masculinas. Em segundo, terá também um efeito anabólico, promovendo o desenvolvimento da massa muscular e a sua recuperação, o controle da massa gorda e ainda, a força e a velocidade.
Esteroides anabolizantes têm como efeitos benéficos os seguintes:
- permitem ao corpo utilizar de forma mais eficaz as proteínas, o que irá ajudar a que o desportista treine com maior intensidade, sem que perca massa muscular. 
- permitem ao organismo ter maior facilidade em desenvolver a sua massa muscular, a sua forma e a sua resistência.

- têm um efeito anti-inflamatório, o que ajuda a sarar feridas, ou a prevenir lesões.
Efeitos colaterais dos esteroides anabolizantes:
Eritrocitose é uma patologia na qual existe um número anormalmente elevado de glóbulos vermelhos ou eritrócitos, na circulação sanguínea devido ao aumento da sua produção. Todas as pessoas cujos níveis de testosterona são elevados devido ao uso de esteroides anabolizantes (esteroides androgênicos anabólicos), incluindo atletas que abusam de anabolizantes, pessoas que fazem terapia de reposição de testosterona para tratamento do hipogonadismo primário e secundário, bem como pessoas que tomam eritropoietina (EPO) podem desenvolver esta condição.

Ginecomastiaaumento do tamanho da mama masculina. Porquê? Uma percentagem da testosterona produzida naturalmente pelo nosso organismo é transformada numa hormona feminina chamada estradiol (hormônio sexual produzido pelos folículos ovarianos). Ora, se um homem tiver maiores quantidades de testosterona no seu organismo, logo irá ter também mais estradiol, o que irá promover o crescimento dos seios. No entanto, a ginecomastia apenas ocorre com a toma de alguns esteroides, pois nem todos os substitutos da testosterona irão transformar-se em estradiol.

Os esteroides androgênicos anabólicos (EAA) podem causar atrofia nos testículos, reduzindo a quantidade de hormônio luteinizante (LH), produzido pela glândula pituitária. Ou seja, a toma prolongada destas drogas pode promover a redução da produção de testosterona, e por consequência, de espermatozoides. 

Alguns esteroides causar um aumento no LDL – colesterol “mau” e uma diminuição no HDL – colesterol “bom”.
Outros Efeitos Secundários:
Dores de Cabeça, Calvície, Hipertrofia da próstata; Câncer de próstata; Interrupção do processo de crescimento; Insônias; Aumento do risco de infecção por herpes ocular, Hepatites tóxicas, Acne.
Os esteroides anabolizantes mais conhecidos são: Nandrolona (Deca Durabolin), dehidroepiandrosterona (DHEA), estanozolol (Winstrol), Oximetolona (Anadrol-50), dihidrotestosterona (DHT). androstenediona (Andro), Oxandrolona (Anavar) e a metiltestosterona.
Lembro que essa postagem é apenas um alerta sobre os riscos da utilização dos EAA, sendo que pesquisas científicas melhores formuladas informam os indivíduos sobre o uso dos EAA.
Abraços.
1. Almeida FE. Esteroides anabolizantes: benefícios ou malefícios? Rev Bras Fisiol Exerc 2010 abr/jun; 9(2):130-33.

2. McArdle WD, Katch FI, Katch VL. Fisiologia do exercício: energia, nutrição e desempenho humano. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2008.

quarta-feira, 17 de julho de 2013

TRX – Treino em Suspensão

        Já ouviu a palavra TRX em algum lugar, ainda não sabe o certo o que é... calma vou explicar o que é e as vantagens desse tipo de treinamento.
Sobre a origem do TRX
         O TRX nasceu das necessidades dos SEAL – Força de Operações Especiais da Marinha Norte Americana – de terem um complemento nos treinos para manter a forma física quando estavam nos barcos, podendo assim optimizar os treinos mantendo uma condição física de excelência.
  Esse tipo de treinamento permite exercitar vários músculos ao mesmo tempo onde baseia-se no treino de força, solicitando as principais estruturas musculares “core” promovendo a estabilização em todos os exercícios. Esse é o TRX, sigla que significa treinamento em suspensão e que faz uso do peso corporal permitindo centenas de exercícios funcionais.

         O treino com TRX desenvolve força, agilidade, resistência, flexibilidade e equilíbrio independente do nível de condicionamento físico e habilidade da pessoa proporcionado um treino seguro, eficaz e divertido. Podendo também ser utilizado para a reabilitação ou para o treinamento de atletas, tendo uma série de benefícios, versatilidade ilimitada e optimiza o tempo de treino.
         O treinamento em suspensão é praticado com o auxilio de uma simples faixa de náilon resistente em formato de Y com alças para os pés e mãos com regulagem de altura. A ponta simples é presa a uma parede ou algum objeto fixo, e nas outras duas pontas existem manoplas, onde são apoiados os pés ou mãos durante o exercício.
Dentre os benefícios do exercício será destacado:
  ü Melhoria da postura;
  ü Melhoria do equilíbrio muscular;
  ü Melhora da performance atlética;
  ü Diminuição da incidência de lesão;
  ü Tem efeito positivo na saúde da coluna vertebral;
  ü Melhora do equilíbrio dinâmico e estático.
Sua dinâmica lúdica permite milhares de movimentos e conforme o praticante for evoluindo basta realizar mudanças na posição do corpo que a intensidade também aumenta!
Apesar de ser simples, fácil de comprar, e da facilidade de se encontrar vários vídeos ensinando a execução dos exercícios, o acompanhamento de um profissional da área é sempre importante para orientar e corrigir pequenos erros posturais, que podem causar grandes danos.

Abraços.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Controle a Diabetes com Exercícios Físicos

O diabetes é uma síndrome metabólica que caracteriza-se por um excesso de glicose no sangue (hiperglicemia) devido a falta ou ineficácia da insulina, hormônio produzido pelo pâncreas (HALPERN, 1984).
Segundo COELHO (1992), durante o exercício físico, a entrada de glicose nos músculos esqueléticos aumenta, diminuindo assim a glicemia em organismo diabéticos, fato este que favorece uma melhora no seu estado.
ANDERSEN (1981) diz que, durante o trabalho muscular, o consumo de glicose aumenta muito. Os dois hormônios pancreáticos (insulina e glucagon) intervém na regulação do fornecimento de energia aos músculos que estão trabalhando. A insulina acelera a entrada da glicose no interior das células e assim produz uma diminuição do nível de glicose na corrente sanguínea. No entanto o glucagon acelera o desdobramento do glicogênio do fígado em glicose, e consequentemente aumenta a glicose sanguínea. Durante o trabalho muscular, o nível de insulina diminui, mas aumenta o de glucagon.
Tipos de Diabetes Mellitus
Segundo Forbes e Jackson (1998), podemos classificar o diabetes mellitus em 4 níveis:
a) A Tolerância prejudicada à glicose sem diabetes (TPG) é muitas vezes classificada como diabetes químico, fronteiriço (borderline) ou latente. Ela é manifestada com a observação de uma concentração de glicose plasmática venosa em jejum abaixo de 140 mg/dl e uma amostra após duas horas, de um teste de tolerância à glicose, com concentrações entre 140 mg/dl e 200 mg/dl. Anualmente, cerca de 2-4% destes pacientes desenvolvem diabetes.
b) O diabetes mellitus (primário), que se classifica em dois termos Diabetes mellitus insulino-dependente (DMID ou tipo 1) e Diabetes mellitus não insulino-dependente (DMNID ou tipo 2), que serão explicados com maior clareza adiante.
c) Diabetes mellitus relacionado com a má nutrição (DMRMN), onde a Organização Mundial de Saúde reconheceu o DMRMN com dois subtipos – diabetes pancreático fibrocálcico (DPFC) e diabetes pancreático deficiente em proteína (DPDP). O DMRMN tem uma alta prevalência em países tropicais em desenvolvimento, onde se manifesta com sintomas graves, porém sem cetose em pessoas jovens. Calcificação pancreática é comum no tipo diabetes pancreático fibrocálcico.
d) Diabetes mellitus secundário, que pode estar relacionado a outras doenças endócrinas, hereditárias, pancreáticas e terapia medicamentosa.
Todo mundo sabe os benefícios conseguidos através da prática de atividade física regular a saúde. A prática de exercício físico melhora as medidas fisiológicas (que decorrem de um estilo de vida fisicamente ativo) tais como redução de triglicérides e do colesterol LDL, aumento do colesterol LDL, diminuição da frequência cardíaca de repouso e em atividade redução da pressão arterial entre outras.
Ao elaborar um programa de exercícios físicos para portadores de diabetes mellitus é necessário saber que tal programa deve ser individualizado e requer alguns cuidados especiais como monitoração da glicose sanguínea antes, durante e após o exercício, para evitar riscos de hipoglicemia e hiperglicemia, evitar o exercício se as concentrações de glicose em jejum estiver acima de 250mg/dl, o que caracteriza a hiperglicemia, ingerir carboidrato adicional se a concentração de glicose for menor que 100mg/dl, além de consumir carboidrato de fácil absorção durante e depois da atividade, evitando assim o risco de hipoglicemia. Além disso, deve-se evitar exercitar os músculos que receberam a aplicação da insulina por aproximadamente uma hora, também não deve ser realizado o exercício no pico de ação da insulina (ACSM, 1998).
   Os portadores de diabetes mellitus devem ser orientados a executar os levantamentos de peso devagar, para que possam controlar totalmente o movimento até a extensão, evitando com isso a manobra de Valsava realizada quando o indivíduo prende a respiração para obter maior estabilidade no movimento, ficando susceptível a problemas cardiovasculares. Evitar também movimentos bruscos de cabeça e pescoço em indivíduos com retinopatias não tratadas ou recém-tratadas (Neto, 2000).
         Conclui-se que a prática regular de exercícios físicos é um santo remédio: aumenta a sensibilidade à insulina, melhora a absorção de glicose e ainda previne complicações, devendo fornecer à pessoa diabética a oportunidade de levar uma vida dentro dos padrões da normalidade.
Procure sempre um profissional, abraços.

American College of Sport Medicine. Guide-line for Exercise Testing and Prescription. 6ª ed. Baltimore: Lippincott Willians e Wilkins, 1998.
ANDERSEN, K. L. Exercícios e Hormônio. In Enciclopédia Salvat da Saúde, vol.2, Exercício Físico e Saúde (p 48-51). Rio de Janeiro: Salvat  Editora do Brasil Ltda, 1981.
COELHO, L. F. Efeitos da atividade física sobre a indução do diabetes experimental. Monografia de graduação. Universidade Estadual Paulista UNESP, Rio Claro, São Paulo, 1992.
Forbes, D.C.; Jackson, F.W. Atlas colorido e texto de clínica médica. 2ª ed. São Paulo: Manole, 1998.
HALPERN, A Como diagnosticar e tratar diabetes mellitus. Revista Brasileira de Medicina, v.41n.6, p217-225, 1984. 


quarta-feira, 10 de julho de 2013

Exercício Físico e Obesidade

McArdle (2003) relata que a obesidade está relacionada a uma série de co-morbidades, denominada síndrome dos obesos: intolerância a glicose, resistência à insulina, dislipidemia, diabetes tipo 2, hipertensão, concentrações plasmáticas elevadas de leptina, tecido adiposo visceral aumentado, maior risco de doenças cardiovasculares e câncer. Fatores genéticos, como hereditariedade, poderiam aumentar o ganho de peso em indivíduos obesos.

De acordo com a Revista Brasileira de Medicina do Esporte (2004), a obesidade é uma doença universal, crescente mundialmente e que assume caráter epidemiológico como problema de saúde pública. Essa doença é caracterizada pela alta ingestão energética provida da alimentação. Porém novos estudos sugerem que grande parte da obesidade é devido ao baixo gasto energético o que pode ser ainda mais agravada com o consumo de comida exagerado. Diante disso a inatividade física é o principal fator etiológico do crescimento dessa doença.
Como tratamento dessa doença sugere-se que o consumo energético seja inferior ao gasto energético, isto é, um indivíduo deve gastar mais energia (caloria) do que consome exercitando-se por exemplo.
Então, a atividade física atua na perda e manutenção de peso em razão de diversos mecanismos. Períodos de restrição calórica associados à inatividade física reduzem a taxa metabólica de repouso (em razão de reduzir a massa muscular e a ação do sistema nervoso simpático) e o efeito térmico da comida. Assim, a atividade física é essencial para manter a perda de peso durante a dieta porque alterações fisiológicas advindas do exercício físico conduzem ao aumento do gasto diário de energia, aumento da taxa metabólica de repouso, aumento da massa muscular, aumento do efeito térmico de uma refeição, elevação do consumo de oxigênio, redução do apetite e otimização no controle dos fluxos do substrato de energia. Além de estimular a degradação de triglicérides, o exercício físico também reduz a sua formação, levando à diminuição da quantidade de células adiposas.
Segundo Powers e Howley (2000), a atividade física constitui a parte mais variável do lado do gasto energético, representando de 5% a 40% do gasto calórico total diário. A combinação de exercício físico com restrição calórica representa um meio flexível e efetivo de conseguir uma redução ponderal. O exercício melhora a mobilização e o catabolismo de gorduras, acelerando a perda de gordura corporal.
McArdle (2003) considera que homens jovens com percentual de gordura acima de 20% e mulheres jovens com percentual acima de 30% são considerados obesos. Porém, a configuração e a distribuição de tecido adiposo no organismo, altera o risco para a saúde. O maior risco é para a gordura encontrada na região abdominal, particularmente em depósitos viscerais internos, pois estimula o risco para doenças cardíacas, e câncer colorretal. A relação cintura-quadril pode representar um risco aumentando para a prevalência de doenças cardiovasculares.
Principais benefícios da atividade física no tratamento da obesidade:
Melhora a condição física, contribuindo para melhorar os níveis de saúde. A prática da atividade física regular pode reduzir os índices de morbidade auxiliando no controle de outras patologias associadas como diabetes e hipertensão.
Melhora o estado psicológico, elevando a autoestima e a autoconfiança. Promove o aumento da taxa metabólica de repouso.
Como pode ser visto, são inegáveis os benefícios que a prática de atividade física promove para a melhoria da saúde e do controle de peso bem como benefícios psicológicos e de bem estar. Sabendo disso escolha uma modalidade de atividade física que mais lhe agrade, evite ser competitivo, melhore seu desempenho sem se comparar com outra pessoa e lembre-se que atividade física deve continuar por toda vida.
Abraços.

MCARDLE, W, D; KATCH, F, I; KATCH, V, L. Fisiologia do Exercício : Energia, Nutrição e Desempenho Humano. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003.

POWERS, S, K ; HOWLEY, E, T. Fisiologia do Exercício: Teoria e Aplicação ao Condicionamento Físico e ao Desempenho. 3. ed. São Paulo: Manole, 2000.