terça-feira, 9 de julho de 2013

Síndrome da Fibromialgia e Exercício Físico

A síndrome de Fibromialgia é caracterizada por dor musculoesquelética difusa e crônica, não inflamatória, de etiologia desconhecida, que se manifesta no sistema músculo-esquelético, podendo apresentar sintomas em outros aparelhos e sistemas (CHAITOW, 2002).  As pessoas acometidas com essa síndrome apresentam pontos dolorosos específicos à palpação localizados na zona de inserção muscular. (RIBEIRO; FUSCO, 2005).
A prática regular de exercícios físicos pode ser adotada como uma abordagem de otimização no tratamento da fibromialgia, promovendo a redução na dor e no impacto de outro sintomas restabelecendo a capacidade física, mantendo a funcionalidade e promovendo uma melhora na qualidade de vida (MARTINEZ et tal., 1998).
Exercícios Físicos e Fibromialgia
         Com a inatividade física acarreta um declínio da função neuromuscular, resistência muscular localizada e cardiorrespiratória, flexibilidade são reduzidas em qualquer pessoa e no caso do portador da síndrome da fibromialgia ainda é agravada, pois a redução da atividade física é progressiva, o que por muitas vezes interfere em atitudes corriqueiras como caminhar subir escada, entre outras
Adamas & Julius (2005) explicam que durante a solicitação de trabalho físico, podemos perceber que os portadores da doença têm músculos fracos e que fadigam com facilidade, sendo indicados exercícios de alongamento, fortalecimento muscular e flexibilidade associados a exercícios aeróbios, ambos iniciando gradativamente e, se possível numa intensidade que não gere ou gere dor suportável, onde a intensidade do exercício é aumentada progressivamente com o passar da adaptação  fisiológica ao treinamento, respeitando o limiar de dor da pessoa.
Para Chaitow (2002), a atividade física deveria ter dois componentes principais: o alongamento para aumentar a mobilidade das articulações e o condicionamento aeróbico para aumentar o condicionamento físico.
Uma vez adquirido o hábito, melhora o condicionamento muscular e a tendência é diminuir a dor e cortar o ciclo da dor/desncondicionamento/dor. Essa é a razão que a atividade física constitui parte fundamental no tratamento da fibromialgia, ao lado dos medicamentos. O exercício bem feito e na medida correta, não deve ocasionar dor.
Goldenberg (2005) expõe outros benefícios encontrados quando se realiza a atividade física:
- Quebra do ciclo dor/descondicionamento/dor. Lembre-se que o descondicionamento agrava a dor na fibromialgia e esta limita ainda mais a atividade física;
- Melhora na resistência física geral e na capacidade cardiovascular em particular. O coração e o pulmão trabalham de maneira mais eficaz;
- Fortalecimento da musculatura. Exercícios físicos intensificam o fluxo de sangue para os músculos, colaborando com a mobilidade de grupos musculares que estão em contração prolongada e ainda favorecem o alongamento dos tendões. Tudo isso beneficia o sistema músculo-esquelético;
- Sono de melhor qualidade. A prática regular estimula a produção do hormônio do crescimento, que aumenta o sono profundo – justamente o que falta aos fibromiálgicos. Para isso, devem ser realizados até seis horas antes do horário de deitar;
- Ossos mais fortes e resistentes às fraturas;
- Melhora da coordenação motora para as atividades diárias;
- Auxílio no controle de peso;
- Redução da depressão, alívio das instabilidades de humor e melhora da auto-estima. A pessoa sente que tem mais energia e disposição. Melhor ainda se o treinamento físico incluir um trabalho específico para fortalecer a musculatura. Durante anos os exercícios de força foram considerados dispensáveis para portadores de fibromialgia.


Sabendo disso procure um profissional, pois o mesmo prescreverá exercícios respeitando sua individualidade, controlando as variáveis como intensidade, volume, frequência, assim tornando o exercício físico grande aliando no tratamento da fibromialgia.

Abraços!

ADAMAS, N. & SIM, JULIUS.. Rehabilitation Approaches In Fibromyalgia. Disability and Rehabilitation”, June 2005, 27(12): 711-723.
CHAITOW, L. Síndrome da fibromialgia: um guia para o tratamento. 1ª ed. São Paulo: Editora Manole, 2002.

Comissão de Dor, Fibromialgia e Outras Síndromes Dolorosas de partes moles. Fibromialgia, cartilha para pacientes. Sociedade Brasileira de Reumatologia, 2011.

GOLDENBERG, E. “O Coração sente, o corpo dói: como reconhecer e tratar a fibromialgia”. São Paulo: Atheneu, 2005.

MARTINEZ, J. E., FILHO, I. S. B. KUBOKAWA, K., PEDREIRA, I. S., MACHADO, L. A. CEVASCO, G. Análise crítica de parâmetro de qualidade de vida em fibromialgia. Acta Fisiátrica, v. 5, n. 2, p. 116-120, 1998.

RIBEIRO, K. L., FUSCO, I. S. Fibromialgia e Atividade Física. Fitness e Performance Journal, v. 4, n.5, p. 280-287, 2005.

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